©2012 Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Erechim e Região
Todos os direitos reservados
Avenida Maurício Cardoso, 335, Sala 202
CEP 99700-426 - Erechim - RS
Fonex/Fax: (54) 3321 2788
seeb@bancarioserechim.org.br
![]() |
Fique atento as palavras escritas em azul no interior dos textos. Clicando nelas você tem maiores explicações sobre os tópicos. |
• Problemas relacionados ao sistema músculo-esquelético (LER/DORT) • Problemas relacionados à saúde mental |
O adoecimento do sistema músculo-esquelético é uma das principais doenças dos bancários. Pesquisas realizadas na categoria revelam que mais de 50% dos bancários apresenta sintomas compatíveis com LER/DORT. A incidência é muito alta, e, apesar de campanhas preventivas, o número de bancários afetados não pára de aumentar. Além disso, a LER/DORT merece uma atenção especial porque pode trazer incapacidade temporária ou permanente, além de ocasionar transtornos psicológicos decorrentes da doença, como a depressão.
Quadro clínico e sintomatologia:
Estão no grupo desta doença: tendinites, tenossinovites, epicondilites, síndromes compreensivas de nervos periféricos e bursites, podendo afetar os membros superior, ombros e a região em torno do pescoço. Um indivíduo pode ter mais de uma patologia. Os principais sintomas são dores, cansaço, fadiga muscular, sensação de peso, queimação nos braços, ombros e pescoço. Os sintomas podem surgir dias, semanas, meses ou anos após a exposição contínua ou freqüente aos fatores desencadeantes.
Evolução da doença:
Apresenta evolução crônica. Se detectada no início, é de fácil manejo. No entando, na maior parte dos cadsos, as pessoas somente procuram ajuda quando a doença já está em fases mais avançadas. Nestes casos, a reversão do quadro é mais difícil. Veja os graus de evolução:
• Grau I: sensação de peso e desconforto no membro afetado. Dor espontânea, em geral leve, às vezes em pontadas, sem irradiação nítida, de caráter ocasional durante a jornada sem interferir na produtividade. Melhora com o repouso. Não há sinais clínicos. Bom prognóstico.
• Grau II: a dor é mais persistente, mais localizada, mais intensa e aparece durante a jornada de modo intermitente. É tolerável e permite o desempenho da atividade, mas com redução da produtividade nos períodos mais intensos. Pode haver distúrbios de sensibilidade e irradiação definida. A dor pode não melhorar com o repouso e a recuperação é mais demorada. Não há sinais clínicos. Prognóstico favorável.
• Grau III: a dor é mais persistente, mais forte e tem irradiação mais definida. O repouso em geral só diminui a intensidade da dor. Há distúrbios sensitivos mais graves. Há queda da produtividade ou impossibilidade de executar a função. Os sinais clínicos estão presentes e o retorno à atividade produtiva tende a ser problemático. Prognóstico reservado.
• Grau IV: a dor é forte, conínua, por vezes insuportável, podendo estender-se por todo o membro. Há perda da força e do controle dos movimentos. A capacidade de trabalho é seriamente prejudicada, podendo haver incapacidade permanente. As atividades da vida diária são prejudicadas. Comumente ocorrem alterações psicológicas.
Os fatores de risco da LER/DORT são múltiplos, por isso é considerada uma doença multifatorial. Além de posturas inadequadas, força e repetitividade de movimentos, mobiliários e equipamentos inadequados, os fatores associados à ocorrência da LER/DORT são aspectos da organização do trabalho. Trabalhos monótonos, tarefas repetitivas, ausência de pausas, ritmo intenso de trabalho, falta de controle sobre oprocesso e ritmo de trabalho, pressão por produtividade... estas são algumas das principais causas. Também contribuem sentimentos de insegurança, medo e ansiedade, emoções originadas no mesmo contexto de trabalho responsável pela ocorrência de LER/DORT.
|
![]() |
A LER/DORT é resultado de um uso excessivo e/ou inadequado do sistema músculo-esquelético, devido a exigências e pressões provenientes da organização do trabalho. As pessoas colocam o seu corpo à serviço da tarefa; é daí que vem as posturas inadequadas. A LER/DOR é o registro no corpo e a denúncia de que ocorreu um uso excessivo, além das possibilidades e dos limites individuais dos trabalhadores.
O quê fazer:
• 1º passo: faça um auto-exame mental. A fase inicial de desconforto, peso, incômodo e fadiga, muitas vezes sem dor ou apenas com dor esporádica, é ignorada. Observe se durante ou depois da jornada diária aparecem os sintomas descritos.
• 2º passo: procure um médico. Nem sempre os exames laboratoriais confirma a doença. O mais indicado é o laudo clínico com exame físico detalhado e anamnese (incluindo toda a história ocupacional).
• 3º passo: o laudo médico deve indicar o diagnóstico, o tratamento, a relação da doença com o trabalho (nexo causal) e a necessidade ou não de afastamento. Cuidado quando o especialista tenta relacionar o problema com afazeres domésticos, ignorando a conexão com a atividade dentro do banco. Muitos empregadores tentam desclassificar a LER/DOR, com a cumplicidade de alguns médicos.
![]() |
• 4º passo: a perícia deve ser agendada no INSS. O perito do INSS terá de reconhecer a incapacidade provocada por uma doença adquirida no trabalho. O perito poderá:
1. negar a incapacidade. Neste caso o benefício é negado.
2. reconhecer a incapacidade sem caracterizar como acidente de trabalho: é concedido apenas o Auxílio Doença Comum. 3. indicar o afastamento admitindo o acidente (doença) de trabalho: o bancário receberá o Auxílio Doença por Acidente de Trabalho e uma nova perícia será marcada. 4. reconhecer o acidente de trabalho sem incapacidade: o benefício é negado. |
• 5º passo: a carta de concessão deverá trazer expresso o tipo de benefício. A estabilidade no emprego de, no mínimo de 12 meses após a alta, só é garantida quando ficar expresso o Auxílio Doença por Acidente de Trabalho, código B/91.
• 6º passo: há vários recursos administrativos e jurídicos para os casos de negativa do afastamento, descaracterização do acidente/doença ou dúvidas quanto à perícia. Busque apoio do Sindicato (veja a seção 3.5 desta cartilha).
• 7º passo: pagamento de benefício - os primeiros 15 dias de licença médica são por conta da empresa. Depois, o bancário afastado receberá o benefício (auxílio doença) do INSS. O INSS demora, em média, de 30 a 40 dias para fazer o primeiro pagamento depois da conclusão pericial. O banco deverá antecipar o salário junto com a folha dos colegas com ressarcimento após o recebimento do benefífcio previdenciário.
![]() |
8º passo: tratamento: além do acompanhamento médico e da fisioterapia, busque apoio psicológico e social. Os grupos de portadores de LER/DORT oferecem acolhida e suporte psicossocial: são tratados assuntos relativos ás dificuldades decorrentes da doença (como o preconceito, o sentimento de incapacidade, a depressão) e através das trocas entre os membro do grupo se buscam soluções e alternativas para os problemas.
Fique atento a estas datas:
Dia Internacional de Combate à LERT/DORT: 29 de fevereiro
Dia Estadual de Combate à LER/DORT: 28 de fevereiro
Órgãos públicos, organizações não governamentais e entidades sindicais costumam realizar mobilizações e atividades de informação e divulgação da doença nos dias de combate à LER/DORT.
Fluxograma de atendimento do trabalhador com LER/DORT
Trabalhador com dor nos membros superiores
|
Importante:
Após o afastamento, o retorno ao trabalho pode ser sem restrições (neste caso a alta da perícia médica do INSS resultará no retorno gradual em sua função original, com acompanhamento do Serviço Médico ou SESMT) ou com restrições (neste caso, o CRP - Centro de Reabilitação Profissional - do INSS encaminharáo empregado para readaptação em outra função, com acompanhamento do setor de Recursos Humanos e agentes multiplicadores).
![]() A categoria dos bancários tem apresentado uma alta incidência de problemas relacionados à saúde mental, assumindo a frente na denúncia dos impactos do trabalho sobre a vida psíquica. Os efeitos psicológicos podem variar desde quadros típicos e facilmente identificáveis, como o estresse pós-traumático, até uma epressão fluida de sofrimento mental, mais difícil de ser detectada e caracterizada na sua relação (nexo) com o trabalho. |
![]() |
O que é saúde/saúde mental
É poder respeitar as necessidades, ritmos e desejos pessoais, em prol do bem-estar físico, psicológico e social. Saúde implica ter liberdade de movimento, impica ter controle e poder de agir individual e coletivamente sobre os aspectos da organização do trabalho prejudiciais à saúde, respeitando os limites de cada trabalhador.
Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados ao Trabalho
(Reconhecidos pelo Ministério da Previdência através do decreto 3049/99, lista B)
Conheça algumas categorias diagnósticas relacionadas com o trabalho bancário:
Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho:
Pode iniciar com um uso abusivo de substância e evolui para um estágio em que o indivíduo não consegue mais controlar o desejo ou compulsão de beber, mesmo quando este comportamento traz consequências nocivas à sua saúde e relações interpessoais (o processo é semelhante para o abuso de outras drogas).
Episódio depressivo relacionado ao trabalho:
Pode ser leve, moderado ou grave. É desencadeado ou agravado por circunstâncias do trabalho. Fique de olho nos sintomas: tristeza presistente, choro fácil, alteração do apetite e do sono, culpa, sensação de fracasso, incapacidade de reação, falta e prazer, desespero.
Transtorno de estress pós-traumático relacionado ao trabalho:
É uma resposta a uma situação de estresse ameaçadora ou catastrófica, como assaltos no trabalho, acidente de trabalho, ameaça à integridade física ou ainda outra circunstância ligada ao trabalho.
Síndrome de fadiga relacionada ao trabalho:
É a presença de fadiga físcia e mental constante, a pessoa está sempre cansada. É resultante da fadiga acumulada ao longo de meses ou anos em uma rotina de trabalho em que não há oportunidade de obter o descanso suficiente. É comum haver insônia, falta de paciência e desânimo.
Neurose profissional relacionada ao trabalho:
Os sintomas em geral são poucos específicos, como cansaço, desinteresse, irritabilidade, alterações do sono. Algumas situações que atuam como fatores de risco: problemas relacionados com o emprego e desemprego, mudança de emprego, ameaça de perda de emprego, ritmo de trabalho penoso, desacordo co patrão e colegas, condições de trabalho difíceis, entre outras.
Síndrome de esgotamento profissional (burnout):
É uma espécie de estresse crônico. A pessoa que antes tinha muito envolvimento com o seu trabalho, com os clientes, com os colegas, começa a se desgastar, esistir, perder a energia e o interesse pelo trabalho. Pode estar associado às reestruturações no trabalho.
Outros problemas relacionados à saúde mental
Doenças Psicossomáticas:
Assim como os riscos físicos do trabalho podem comprometer a saúde dos trabalhadores, as cargas psíquicadas do trabalho (provenientes da organização do trabalho) também podem afetar o corpo e a fisiologia humana.
Um ambiente de trabalho que repetitivamente, apresenta fatores estressores que geram sentimentos como o medo, a daiva, a dor e a tristeza, entre outros, podem gerar alterações fisiológicas, provocando doenças. As emoções são fenômenos que ocorrem ao mesmo tempo ao nível do corpo e ao nível psíquico, se expressam através de modificações das funções motoras, secretoras, e de irrigação dos órgãos. |
![]() |
Um exemplo clássico: aumento da secreção ácida do estômago desencadeada pela tensãol. A ação persistente do ácido sobre a mucosa detona uma gastrite ou úlcera. Outras coenças que são causas de afastamento do trabalho frequente: hipertensão arterial, cefaléia e enxaquecas.
Saiba um pouco mais sobre o Estresse:
Surge no desequilíbrio entre o grau de exigência e os recursos disponíveis. É resultado de um esforço de adaptação do organismo. Apresenta etapas evolutivas:
• Fase 1 - alerta. Auemnto da pressão arterial, da freqüência cardíaca e ansiedade. É a fase de resposta imediata mediada pelo sistema nervoso.
• Fase 2 - resistência. Alterações hormonais, insônia, irritabilidade e diminuição da memória. Essa etapa pode ser mais persisstente no tempo e levar à exaustão.
• Fase 3 - exaustão. Estafa dos mecanismos de adaptação, esgotamento dos recursos psíquicos, emocionais e físicos. Esta fase é uma porta de entrada para doenças físicas e mentais.
A relação entre o trabalho e as repercussões sobre a saúde mental nem sempre é facilmente estabelecida. Mas, Atenção! Comece a prestar atenção nos sinais do seu corpo, mente e comportamento. Eles podem ter sido originados ou agravados na situação de trabalho! Os fatores de estress psicossociais (aqueles relativos às relações de trabalho, ambiente de trabalho, organização do trabalho) são tão importantes quanto a insalubridade, periculosidade e microorganismos para o desenvolvimento de doenças, tanto físicas quanto mentais.
O quê fazer:
1º - Procure o sindicato
2º - Faça uma avaliação médica. O médico deverá estabelecer a relação entre o diagnóstico e o trabalho.
3º - De posse do laudo médico e estabelecido o nexo causal, o banco deverá ser informado para emitir a CAT.
4º - Agende uma perícia no INSS. Caso o perito descarecterize a doença como acidente de trabalho, busque o sindicato.
Importante:
Comece a reconhecer quais são os estímulos estressores do seu ambiente de trabalho (lembre-se dos fatores das condições de trabalho e da organização do trabalho). Identificando os fatores de risco, podemos ir à luta para modificar o trabalho, tornando-o mais prazeroso, saudável e criativo.
Não é o trabalho em si que é perigoso para a saúde mental, mas sim o contexto em que ele é realizado: as condições de trabalho, a organização do trabalho e as relações sociais dentro da empresa. Veja a lista de algumas situações relacionadas com problemas de saúde/doença mental:
• Supervisão ou vigilância excessiva;
• Falta de apoio ou reconhecimento; • Insatisfação sobre o conteúdo do trabalho, que é pouco qualificado, monótono, sem criatividade ou muito compolexo e difícil de ser executado; • Falta de controle sobre o processo de trabalho com intensidade e duração arbitrariamente decididas; • Trabalho pouco importante ou de excessiva responsabilidade; • Sobrecarga de atividade, cobrança de produção e prazos, especialmente quando demandam esforços muito intensos ou impossíveis de serem realizados; • Insegurança no emprego; • Remuneração insuficiente; • Relações de interpessoais competitivas e/ou autoritárias; • Ambiente de trabalho inseguro, com ruído, má iluminação e climatização e espaço físico e mobiliário inadequados; • Trabalhar sob tensão, com o medo de assaltos. |
©2012 Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Erechim e Região
Todos os direitos reservados
Avenida Maurício Cardoso, 335, Sala 202
CEP 99700-426 - Erechim - RS
Fonex/Fax: (54) 3321 2788
seeb@bancarioserechim.org.br
Municípios da Base: Erechim, Aratiba, Áurea, Barão do Cotegipe, Barra do Rio Azul, Barracão, Benjamim Constant do Sul, Cacique Doble, Campinas do Sul, Carlos Gomes, Centenário, Cruzaltense, Entre Rios do Sul, Erebango, Erval Grande, Estação, Floriano Peixoto, Gaurama, Getúlio Vargas, Ipiranga do Sul, Itatiba do Sul, Jacutinga, Machadinho, Maximiliano de Almeida, Marcelino Ramos, Mariano Moro, Paim Filho, Paulo Bento, Ponte Preta, Quatro Irmãos, São José do Ouro, São João da Urtiga, São Valentim, Severiano de Almeida, Três Arroios, Viadutos, todos no Estado do Rio Grande do Sul.