• 09 de maio de 2024, 17:07
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Frente a cenário desolador no RS, movimento sindical reivindica aos bancos solidariedade, orientações claras e prioridade às pessoas

 

Em reunião com a Federação Nacional dos Bancos - Fenaban, nesta segunda-feira, 6 de maio, representantes sindicais bancários da Contraf-CUT, Fetrafi/RS e Sindbancários/PoA relataram a situação de calamidade pública que vive o Rio Grande do Sul com as fortes chuvas dos últimos dias. A preocupação com as vidas da população, bem como a preservação e o cuidado com os bancários e bancárias, foi o tom do encontro, convocado às pressas pelo movimento sindical. 

A presidenta da Contraf/CUT, Juvandia Moreira, manifestou solidariedade com a situação do RS e lembrou dos colegas bancários que vêm enfrentando problemas com o alagamento. Para ela, é hora de união em torno da população gaúcha, fortemente afetada pelas águas. 

Os dirigentes do Estado pediram solidariedade por parte dos bancos para que os bancários atingidos possam cuidar das famílias e de suas casas. Mauro Salles, diretor de Saúde da Contraf/CUT, comentou sobre o cenário desolador que atinge 70% dos municípios do estado do Rio Grande do Sul e afirmou ser fundamental uma mensagem de tranquilidade para os bancários que não têm condições de sair de casa. 

“O foco agora é acolher pessoas, salvar vidas, alimentar, aquecer e dar lugar adequado. Depois começa a reconstrução. Temos relatos de muitos bancários que perderam tudo”, contou o dirigente. “Há gestores pedindo para bancários cujas agências estão alagadas irem para a primeira unidade bancária que tiver aberta, mas o deslocamento nas cidades está prejudicado; há agências insistindo em abrir mesmo sem água, sem luz e sem internet”, compartilhou Salles. 

COMUNICAÇÃO E EMPATIA

Para o presidente do SindBancários, Luciano Fetzner, o suporte a nível nacional, demonstrado pela crescente rede de suporte e mobilização, também precisa vir do conjunto dos bancos presentes em peso na reunião virtual. “A situação é muito pior do que imaginávamos que podia ser. Mesmo na capital, que conta com muros, diques e estrutura complexa de proteção, a situação é de colapso. Há municípios inteiros completamente submersos. E as demonstrações de unidade e empatia são fundamentais, nos dão força para continuar o trabalho de resgate e solidariedade feito neste momento". 

Fetzner acredita que uma comunicação uníssona dos bancos para a categoria bancária é o caminho para passar o sentimento de tranquilidade a quem precisa de ajuda e a quem precisa ajudar a família. 

“Temos muitos colegas em pânico. A meta agora é salvar vidas e recuperar a sociedade, portanto precisamos de tranquilidade para que as pessoas foquem na sua segurança. Entendemos que as instituições financeiras são fundamentais nesse processo de reorganização, tanto para distribuição de recursos quanto para acesso dos clientes a linhas de crédito. Mas nos preocupa que a necessidade de funcionamento contingencial dos bancos confunda os bancários, que eventualmente pensem que precisam trabalhar, custe o que custar, mesmo sem condições em casa ou com agências sem condições. Precisa ficar claro que só é para trabalhar quem realmente tiver plenas condições e que ninguém será prejudicado”, reiterou o presidente da entidade.

A ÚNICA META É SALVAR VIDAS

Além de transmitir o sentimento de desolação com o cenário no Estado e com tantas pessoas atingidas, a dirigente da Fetrafi-RS e representante do RS na COE do Banco do Brasil, Priscila Aguirres, pautou também a urgência de tirar de frente a cobrança de metas. “A cada hora são recebidos relatos de terceirizados e bancários que perderam tudo, todos temos colegas que precisam de acolhimento. Estamos tentando tranquilizar os bancários, então é necessário que não exista preocupação com as metas”, afirmou. 

É preciso ser considerado também que as águas ainda vão demorar vários dias para escoarem e que há uma tendência de outros municípios mais ao sul ainda serem severamente afetados pelas águas até que atinjam o oceano. Após isso, todo um longo processo de recontrução das estruturas destruídas irá se desenrolar. "A tragédia não é só um problema de agora, vai se desenrolar por meses. Por isso frisamos a importância de a questão das metas comercias ficarem em segundo plano", completou Priscila.

Na avaliação do diretor de Comunicação da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, é imprescindível que os bancos tenham paciência com sua atividade econômica e coloquem a vida das pessoas em primeiro lugar, prestando apoio não só à categoria mas à população em geral.  “O próprio Estado não tem dado conta, então a solidariedade das instituições, assim como os civis têm feito, é fundamental. Precisamos construir um diálogo a partir de hoje, como o diálogo que fizemos na pandemia, a respeito do que acontece no Rio Grande do Sul”, convocou Bacelo.

DIÁLOGO CONSTANTE

Ficou acordado com Federação Nacional dos Bancos a criação de um comitê de crise para tratar da situação das enchentes. O diretor-executivo de Relações Institucionais da Fenaban, Adauto Duarte, manifestou pesar pelo que tem ocorrido e verbalizou posição de “concordância absoluta” frente à proposta de instalação de um comitê de crise. 

Segundo Duarte, a prioridade deve ser a segurança do bancário e da família. “Agradecemos especialmente aos 608 dirigentes sindicais do RS, às entidades sindicais e aos bancos com agências em operação pela ajuda em identificar as situações individualizadas. A proximidade do dirigente sindical com o bancário é fundamental, porque ele sabe com quem pode contar quando a situação complica”, apontou, referindo-se ao apoio emocional e ao suporte prestado pelos sindicalistas. 

“É gravíssimo o que está ocorrendo. Em 120 cidades, bancos simplesmente não conseguiram abrir. Estamos calibrando o primeiro dia depois do final de semana e vendo como a população vai ser atendida minimamente nessa situação, verificando se é possível dispensar os funcionários ou se é possível deixar um contingente”, pontuou o representante da Fenaban. 

Além da aprovação do comitê de crise, foi encaminhada a solicitação de uma orientação geral com todos os pontos que são consenso entre os bancos. “Que se possa conseguir, através do GT e da Federação, uma orientação geral clara, para ajudar a organizar as pessoas, ainda que se trate individualmente os casos excepcionais”, requisitou Fetzner.

Estiveram presentes na reunião representantes dos bancos Itaú, Bradesco, Santander, Banrisul, Safra, Banco do Brasil e Caixa.


ORIENTAÇÕES DO SINDICATO

- Quem não tiver condições de se deslocar ao local de trabalho, não vá e comunique a situação ao banco;
- Quem teve sua casa afetada pelo desastre, não vá trabalhar e comunique a situação ao banco;
- Quem puder, saia da cidade e se instale em um local seguro.
- Caso tenha condições e estrutura adequada, solicite teletrabalho.
- Agência/unidades sem condições adequadas de trabalho não devem funcionar.

Caso precise de suporte ou tenha qualquer situação problemática para relatar sobre seu local de trabalho, entre em contato pelos canais oficiais do seu sindicato.

O SindBancários está com plantão via whatsapp pelo fone (51) 999.499.484.

Fonte: Amanda Zulke/Imprensa SindBancários


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