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Um dos pontos que chamam a atenção é a redução de bancários em relação aos demais trabalhadores do ramo. Se em 2012 representavam 59% do total, 10 anos depois passaram a 44%. Essa mudança, segundo o estudo, “tem consequências na realidade concreta dos trabalhadores e trabalhadoras do setor, na medida em que as condições objetivas de trabalho são bastante diversas e heterogêneas”. A análise da publicação ressalta que, “em geral, as demais categorias do ramo têm condições de trabalho relativamente inferiores às dos bancários e bancárias, em termos de remuneração, jornada de trabalho, tempo de permanência no emprego, direitos garantidos em leis, acordos e convenções coletivas de trabalho”.
O estudo também mostra que há “grande diversidade de condições de trabalho” entre as categorias não bancárias do ramo financeiro formal. Os trabalhadores e trabalhadoras em cooperativas de crédito, por exemplo, que cresceram significativamente no período, têm ganho ao redor de 50% da média bancária e permanência no emprego de 49 meses, também próxima da metade em relação aos bancários.
Subsídios para a luta
A dirigente aponta que o desafio dos representantes dos trabalhadores do ramo financeiro, evidenciado pela análise dos dados da última década é a “tendência de fragmentação do emprego no setor financeiro brasileiro, com a força de trabalho sendo pulverizada em diferentes categorias para além da bancária, como os securitários ou os trabalhadores e trabalhadoras em cooperativas de crédito”. Juvandia ressalta que esse processo ocorre junto ao “crescimento do emprego não assalariado, com aumento dos trabalhadores autônomos e plataformizados”.
Construção do ramo financeiro
Walcir ainda salienta que o atual estudo é uma retomada do histórico “Perfil do Bancário”, pesquisa realizada pela Executiva Nacional dos Bancários junto ao Instituto DataFolha, em 1996. “Alguns dados são interessantes. Apontam que 86% da categoria bancária trabalhavam em agências e apenas 8% em prédios administrativos. A pesquisa também mostrava que caixas e escriturários eram a maioria dos trabalhadores nos bancos. Os homens também eram a maioria, ocupando 59% das vagas de trabalho”, lembra o dirigente.
Novos parâmetros
Gustavo explica que “compreender como cada indicador se comportou ao longo da última década é fundamental para direcionar mudanças na própria atuação do movimento sindical bancário”. O economista também entende que “um segundo eixo relevante do estudo é a comparação de todos estes indicadores, entre a categoria bancária e as demais categorias do ramo, buscando destacar o que unifica e o que difere cada um desses segmentos, com o objetivo de também direcionar a ação sindical mais efetiva no caminho de construção da organização mais ampla do ramo financeiro como um todo”.
O Perfil da Categoria Bancária e Demais Trabalhadores e Trabalhadoras Formais do Ramo Financeiro na Última Década – 2012-2022 está disponível para federações e sindicatos filiados à Contraf-CUT na área restrita do site da entidade.
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